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O DIA 20 DE JUNHO DE 1898, NA HISTÓRIA DA BRIGADA MILITAR – Escolas Regimentais – Instruções Provisórias

ESCOLAS REGIMENTAIS

(Há 118 anos …)

A instrução da Brigada Militar era insistente preocupação do coronel Carlos Pinto. O analfabetismo das praças numa proporção numerosa, levou-o a tomar providencias acertadas que remediassem tão grande mal. Instituiu a 20 de junho escolas regimentais em todos os corpos, as quais, à falta, na ocasião, de programa definitivo, obedeceram a instruções provisórias.

Estampamos aqui a ordem do dia respectiva:

“Quartel do Comando da Brigada Militar do Estado, em Porto Alegre, 20 de junho de 1898.

ORDEM DO DIA Nº 120

Para conhecimento e devida execução publico o seguinte:

ESCOLAS REGIMENTAIS

Havendo urgente necessidade de serem o mais breve possível estabelecidas as escolas regimentais nos corpos e não se podendo por tal motivo organizar programa definitivo, determino que sejam observadas as seguintes

INSTRUÇÕES PROVISÓRIAS

1º – Leitura, caligrafia, as quatro operações sobre números inteiros e frações tanto decimais como ordinárias, ligeiras noções de higiene militar deveres do soldado, cabo de esquadra, furriel e sargento, em todas as circunstâncias do serviço de paz e guerra.

2º – Organização de papéis relativos às companhias e esquadrões, de acordo com os modelos adotados.

As escolas regimentais estarão sujeitas ao Comando Geral da Brigada.

Serão preferidas para a matrícula nas escolas regimentais, as praças que se acharem em melhores condições morais e intelectuais, a juízo de um conselho de instrução regimental, formado dos comandantes de companhias, do ajudante e do major, sob a presidência do comandante do corpo.

Ao conselho incumbe:

1º – Fixar o número de praças que anualmente deverão frequentar as escolas regimentais, tendo em vista a força dos corpos e necessidades do serviço.

2º – Propor as medidas necessárias a bem do ensino e fiscalizar a exata observância das disposições contidas nestas instruções.

Terá cada escola um professor, oficial subalterno com as precisas habilitações e um ou mais adjuntos inferiores do respectivo corpo.

O professor será nomeado pelo comandante do corpo que submeterá o seu ato à aprovação do Comando da Brigada.

Si não exceder de quarenta o número de alunos haverá um só adjunto.

O conselho de instrução regimental organizará a tabela de distribuição do tempo escolar, tendo em vista não só a conveniência do ensino como também a do serviço.

O professor será substituído em seus impedimentos por quem o comando do corpo designar, devendo esse ato ser imediatamente comunicado à autoridade superior.

As praças matriculadas serão somente dispensadas do serviço externo do quartel, salvo falta absoluta. José Carlos Pinto Junior, coronel.”

Os frutos desta medida foram ótimos. Embora as necessidades do serviço de guarnição, diligências e destacamentos impedissem frequência regular e efetiva, o aproveitamento dos alunos era auspicioso.

Dentro de poucos anos diminuía grandemente a cifra dos soldados que não sabiam ler. Alguns mais inteligentes e estudiosos, cheios de aspirações dignas, preparavam-se regularmente e obtiveram, com as promoções recebidas, a recompensa de seus esforços.

Simultaneamente, ainda que sem caráter público, mas patrocinado pelo comandante, funcionava o curso de preparatórios para oficiais e inferiores. Lecionaram aí os drs. Alfredo Clemente Pinto, João Vespucio de Abreu e Silva e Otávio Rocha, os srs. Ildefonso Comes, Afonso Guerreiro Lima, Antonio Gonçalves Moura Monteiro e Leopoldo Tietbohl.

Fonte: PEREIRA, Miguel José. Esboço Histórico da Brigada Militar, Vol. I. 2 Ed. 1950, págs. 354 e 355.

scola Regimental do 2º Regimento de Cavalaria, em 1922

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