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O DIA 26 DE JULHO DE 1932, NA HISTÓRIA DA BRIGADA MILITAR – COMBATE DE BURI

COMBATE DE BURI

Durante a Revolução Constitucionalista de 1932[1], no dia 26 de julho, o Coronel da Brigada Militar, Aparício Gonçalves Borges, que comandava o 1º Batalhão de Infantaria[2], foi ferido gravemente durante o Combate de Buri, no Estado de São Paulo.

Sobre este episódio, no Esboço Histórico da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, volume 3, 1987, Ed. Presença, constam os seguintes registros:

Página 118 – Transcrição de Mensagem do Major Camilo Diogo Duarte, subcomandante do 1º Batalhão de Infantaria, enviada ao Comandante Geral da Brigada Militar, datada de 28 de julho de 1932: “… De Faxina, 28. … Impossível é descrever valor, sangue frio oficiais e praças. Batalhão teve, nos vários combates, mortos …; feridos, gravemente, tenente coronel Aparício …. Em pleno combate, assumi comando do Batalhão, que sustentou oito horas de fogo. Consequência do ferimento, faleceu, ontem, bravo coronel, Aparício, em Itararé, para onde fora transportado. …”

Páginas 191 a 195 – Transcrição da Parte do Coronel Argemiro Dorneles, comandante da “Vanguarda das Forças em Operações no Sul do Estado de São Paulo” que retrata a ação de todas as tropas empregadas em Buri, expedida em 31 de julho de 1932: “Não podemos descrever com as verdadeiras cores o formidável combate de Buri, que durou mais de vinte e quatro horas. … O 1º Batalhão da Brigada Militar, a quem coube a mais difícil tarefa, parecia uma torrente a despenhar-se pela montanha, arrastando na sua impetuosidade os obstáculos encontrados, espraiando-se depois, para em seguida reunir-se e novamente arremeter contra o inimigo que recuava, mas que castigava-o com os tiros de suas numerosíssimas armas automáticas. O heroísmo deste Batalhão ultrapassou a qualquer imaginação. Só uma frase diz o que foi a sua gente – um punhado de loucos, que só tinham uma mania, lutar, avançar e vencer. Mas estes loucos obedeciam conscientemente à vontade inteligente de um forte, que era um organismo sem nervos – o tenente coronel Aparício. No fragor da refrega, onde o combate assumia proporções fantásticas, lá estava ele, sereno, calmo, dando as suas ordens, estimulando os seus homens, sem ouvir o sibilar da fuzilaria que, crepitante, formava um círculo de raio curto. Nunca houve chefe mais valente. De repente, uma rajada intensa partida de cinquenta metros, feriu-o mortalmente e ele caiu, sem uma exclamação de dor, apenas recomendando o seu oficial, que também caiu mortalmente ferido, o tenente Arisoli Fagundes. O corneteiro Timóteo, que ficara guardando seu comandante, enquanto tratavam de procurar recurso para retirá-lo do local, é também atingido pela metralha, que o prostra sem vida sobre o seu chefe ferido. …”

[1] A revolução de 1932 tinha como proposta a derrubada do Governo Provisório, imposto por Getúlio Vargas a partir de golpe, em 1930, e a promulgação de uma nova constituição para o Brasil. Foi uma resposta paulista à Revolução de 1930, que havia tirado a autonomia dos Estados, direito garantido durante a vigência da Constituição de 1891. Fonte: A Revolução Constitucionalista de 1932, Editora Minuano, Ano I, Edição nº 1

[2] Aquele 1º Batalhão de Infantaria, hoje é o 1º Batalhão de Polícia Militar, responsável pela prestação do serviço público de Polícia Ostensiva em parte da zona sul de Porto Alegre e tem como Patrono o Coronel Aparício Borges.

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